Sede de ouro

Sede de ouro O genocídio que os espanhóis praticavam com referência aos índios era absolvido em nome da fé cristã levada pelos pagãos que tinham uma ganância infinita de enriquecer.

A história do descobrimento da América por parte dos espanhóis pode ser resumida em duas palavras: sede de ouro. Levar a fé cristã aos índios era grande desculpa que encobria uma ganância infinita de ouro e prata. Uma, particularmente, merece atenção. Era contada em Santa Marta, colônia espanhola no Norte da Colômbia, fundada em 1525, na costa do Mar das Antilhas,por Rodrigo De Bastidas. Existiria nos planaltos interiores um lugar mil vezes mais rico em ouro do que o império inca recém- descoberto. Neste lugar acontecia diariamente (outros diziam semanalmente) uma cerimônia realizada pelos índios adoradores do Sol. De madrugada, o grande rei era carregado num barco de flores, no meio de um lago. Então, se jogavam nas águas joias de ouro em honra do Sol que nascia no horizonte. Em seguida, o corpo do rei era recoberto de pó de ouro. Então, o homem dourado mergulhava no lago, deixado nele cair o precioso pó. Nasceu a lenda do “El dourado”(homem dourado) que tanto agitou e agitará por muitas décadas a mente dos “c onq uistad ores”. O principal efeito de lenda foi que os espanhóis empreenderam centenas de expedições no interior do país. Relatarei somente umas e outras que são consideradas as mais interessantes. Em 1536, querendo encontrar “El dourado”, o espanhol Jimenez de Quesada( 1500- 1579) empreendeu uma expedição em direção ao sul. Ele era advogado e escritor e havia sido enviado a Santa Marta em qualidade de magistrado da Colômbia que ele definiu em sua primeira carta como “lazareto los caraíbas” (caraí-ba é a denominação que os índios davam aos espanhóis). A expedição do Quesada compreendia 800 homens e 100 cavalos. Por ter-se infiltrado em territórios desconhecidos, a expedição foi frequentemente assaltada pelos índios e dizimada pela fome e