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De acordo com alguns historiadores, o governo americano sabia com antecedência que o Japão atacaria sua base no Havaí. Mas nada fez porque era o pretexto que buscava para entrar na Segunda Guerra
Leandro Quintanilha | 01/05/2006 00h00
O sol mal havia anunciado a manhã do domingo quando um radar, instalado dias antes, acusou a aproximação de um grupo de aviões ao paradisíaco arquipélago havaiano. O alerta de nada adiantou. Os oficiais responsáveis confundiram o ataque inimigo com a chegada previamente agendada de novas aeronaves. Em duas horas, os japoneses feriram e mataram 3581 pessoas e destruíram 18 navios e 249 aviões de Pearl Harbor, base naval e quartel-general que os americanos mantinham no Pacífico. No dia seguinte, os Estados Unidos entraram oficialmente na Segunda Guerra Mundial.
O ataque ocorreu em 7 de dezembro de 1941, data que os americanos lembrariam depois como o “Dia da Infâmia”. Passados mais de 60 anos, ainda não há um consenso a respeito de uma das mais maquiavélicas hipóteses levantadas sobre o ataque: a de que o governo americano sabia, com razoável antecedência, de tudo o que aconteceria naquela trágica manhã. Afinal, Pearl Harbor foi motivo ou pretexto para a entrada dos Estados Unidos na guerra?
O historiador americano John Toland é um dos estudiosos que defendem a tese de que o ataque a Pearl Harbor não foi nenhuma surpresa para os governantes dos Estados Unidos. O serviço secreto americano teria interceptado e decifrado mensagens dos japoneses dando conta da iminência do ataque à base naval no Havaí. Mas o então presidente Franklin Delano Roosevelt teria preferido “fechar os olhos” para a agressão nipônica, pois queria convencer os americanos – até então contrários à participação na guerra – sobre a necessidade de o país se juntar aos Aliados. Toland escreveu dois livros sobre o assunto, ainda inéditos no Brasil: Infamy (“Infâmia”) e The Rising Sun: The Decline and Fall of the Japanese Empire (“O Sol Nascente: o