Saúde Pública no Japão
A estruturação do sistema de saúde do Japão iniciou-se nos primórdios do século 20, quando o governo optou por uma política de ocidentalização rápida em toda a sociedade, conseguindo mudar a Medicina exercida até então, baseada na prática médica chinesa. Inicialmente, foi adotada como modelo a escola alemã e, posteriormente, a norte-americana. Marcado pela redução de taxas de mortalidade infantil e pelo aumento da expectativa de vida ao nascer, atribuídos também à oferta de educação – eficiente, obrigatória e gratuita , o setor da saúde do Japão é, hoje, um dos mais eficientes do mundo.
A devastação do país durante a Segunda Guerra Mundial abalou, sensivelmente, o estado de saúde da população. Em 1947, a expectativa de vida masculina era de apenas 50 anos, e a feminina, 54. Mesmo assim, na década de 50, houve acentuada redução da taxa de mortalidade por doenças transmissíveis, em razão do fortalecimento das instituições comunitárias de saúde. Desde 1986, a expectativa de vida feminina, no Japão, é a mais alta em todo o mundo, chegando aos 86 anos em 2009.
O complexo sistema denominado Cobertura de Saúde Universal do Japão completou 50 anos de existência em 2011. Foi criado em 1961, com resultados expressivos, graças às ações preventivas primárias e secundárias – e uso de tecnologias avançadas –, em relação, por exemplo, à mortalidade de adultos para doenças não transmissíveis, como o AVC, diabetes etc. Dentre outras iniciativas, foram realizadas campanhas para a redução da ingestão de sal, contra o tabagismo, riscos cardiovasculares e prevenção de suicídios.
Com isso, houve uma redução das desigualdades de saúde entre a população. Mesmo os cidadãos que não podem contribuir financeiramente têm os mesmos direitos à assistência médica garantidos pela constituição do país.
A edição de setembro último da revista britânica The Lancet dedica extensa matéria ao cinquentenário do sistema de saúde japonês, enfatizando, sobretudo, os índices