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L Í N G U A S D O B R A S I L /N O T Í C I A S

CINEMA

A linguagem em
Desmundo e Como era gostoso meu francês
Dois filmes brasileiros podem ser destacados no que se refere a um cuidadoso tratamento lingüístico: Como era gostoso o meu francês, de Nelson Pereira dos Santos
(1971) e Desmundo (2003) do diretor Alain Fresnot.
O primeiro é baseado no diário do viajante alemão Staden, feito prisioneiro pelos índios tupinambás – adeptos do canibalismo – no Brasil do século XVI, e que consegue escapar, voltar para a Alemanha e publicar a sua história. Além da narrativa de Hans Staden, Como era gostoso o meu francês insere elementos relatados por outro viajante da época, o francês Jean de Léry.
Os rituais, os costumes e os diálogos em tupi (elaborados pelo cineasta Humberto Mauro) revelam precisão no tratamento etnográfico do cotidiano indígena. A precisão etnográfica aliada à ousadia do cineasta culmina no ritual canibalístico no qual Staden é devorado.
Desmundo, filme de 2003 do diretor Alain Fresnot, enfoca o Brasil do início da colonização portuguesa. Baseado no livro homônimo de
Ana Miranda, o filme narra a trajetória de Oribela, jovem órfã vinda de Portugal para ser entregue como esposa, juntamente com outras

mulheres na mesma condição, aos homens da colônia. Com fidelidade à arquitetura colonial e cuidado no tratamento cenográfico para retratar, com verossimilhança, o recém Brasil-Colônia do ano de
1570, os diálogos do filme foram feitos em português arcaico, incluindo-se falas em línguas indígenas e africanas.
H I ST Ó R I A

Conexões da língua no Brasil colonial
Percorrer a história do Brasil a partir das conexões entre línguas, política e religião nos séculos XVI a XVIII: esse é o objetivo da lingüista Bethania
Mariani, no livro Colonização lingüística, publicado pela editora Pontes. A autora inicia a sua análise com a chamada
“língua geral” – o tupi – diante da qual uma variedade de línguas nativas pré-coloniais

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