Samba
IMATERIAL
Paola O. Meirelles1
RESUMO:
Neste trabalho, o samba é abordado enquanto produto das indústrias culturais e como objeto de políticas públicas, especificamente no que se trata do registro como patrimônio imaterial pelo
IPHAN. Uma análise da trajetória do samba é desenvolvida então a partir desses dois vieses, destacando a atuação do Estado, do mercado e das práticas de cunho sociocultural que fazem do samba mais que um gênero musical, uma forma de expressão.
Palavras-Chave: Samba; Indústria Cultural; Políticas Públicas; Patrimônio; IPHAN
Introdução
Neste artigo, abordaremos o samba enquanto objeto de duplo interesse: de políticas públicas e como produto da indústria cultural. A nacionalização deste gênero musical se deu acompanhada da sua apropriação pela recente indústria cultural brasileira (radiofônica e fonográfica) nas décadas de 20 e 30 do século XX. Ao passo que, já no século XXI, as matrizes do samba carioca são registradas como patrimônio imaterial pelo IPHAN – Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, órgão ligado ao Ministério da Cultura.
A partir destas duas perspectivas será feita uma análise dos caminhos percorridos pelo samba até os dias de hoje, tanto em suas manifestações comerciais possibilitadas pelas indústrias culturais e pelos meios de comunicação, quanto em suas práticas de cunho sociocultural, que são mantidas por atores sociais engajados, com ou sem o respaldo de políticas públicas.
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Historiadora e Mestranda da Linha Mídia e Mediações Socioculturais da Escola de Comunicação da
Universidade Federal do Rio de Janeiro. Orientanda do Prof. Dr. Eduardo Granja Coutinho. Indicada ao prêmio
Francisco Morel de Mestrado pela apresentação de trabalho no GP Comunicação, Música e Entretenimento do
Congresso Nacional da Intercom 2013. E-mail: paolameirelles@hotmail.com.
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A abordagem do samba neste trabalho se dá a partir do conceito de nacional-popular