Roteiro
Extraído de ‘A Sociedade em Rede’ de Manuel Castells.
Estamos vivendo uma era de transformações tecnológicas com dimensões históricas similares ao ocorrido à quase 2700 anos atrás, quando foi inventado o alfabeto: a integração no mesmo sistema das modalidades escrita, oral e audiovisual da comunicação humana. O espírito humano reúne suas dimensões em uma nova interação entre os dois lados do cérebro, máquinas e contextos sociais. A transformação transcende aspectos culturais, comunicativos, crenças e poder.
Da galáxia de Gutenberg à galáxia de McLuhan: o surgimento da cultura dos meios de comunicação de massa:
A difusão da televisão criou uma nova galáxia de comunicação, os outros meios de comunicação foram adaptados para atender as audiências televisivas. Segundo o autor, a televisão obteve tamanha aceitação da sociedade graças à síndrome do mínimo esforço, que parece estar associado com a comunicação mediada pela TV. A televisão representou o fim da Galáxia de Gutenberg, ou seja, de um sistema de comunicação essencialmente dominado pela mente tipográfica e pela ordem do alfabeto fonético. No entanto a questão principal é que a grande mídia é um sistema de comunicação de mão-única, o processo real de comunicação não o é, mas depende da interação entre o emissor e o receptor na interpretação da mensagem.
A nova mídia e a diversificação da audiência de massa
A chegada de novas tecnologias, durante os anos 80, transformaram o mundo da mídia. Jornais foram escritos, editados e impressos à distância, permitindo edições simultâneas do mesmo jornal sob medida para várias áreas importantes. Estas modificações propiciaram uma audiência segmentada, diferenciada que, embora maciça em termos de números, já não é uma audiência de massa em termos de simultaneidade e uniformidade da mensagem recebida. A nova mídia não é mais mídia de massa no sentido tradicional do envio de um número limitado de