Roteiro de anatomia
Portadores
assintomáticos
Estudos recentes demonstram o papel do sistema imunológico na contaminação, na recidiva e na eliminação do HPV. Entender por que algumas pessoas têm maior predisposição à infecção e à manifestação das lesões que outras é importante, uma vez que a presença desse vírus em ambos os parceiros é observada em apenas 40% dos casos
Por Vanessa Santana e Silvia Campolim
A
incidência do câncer de colo uterino é alta, considerada a segunda neoplasia mais frequente na mulher, e está bem clara a associação entre o papilomavírus humano (HPV) e esse tipo de câncer, observada em mais de 95% dos casos. Já a incidência de câncer peniano e sua associação com o HPV é bem menor, de 30% a 50% dos casos. O homem é considerado portador assintomático do papilomavírus, mas, entre as esposas de homens com câncer peniano, o número de casos de câncer de colo do útero é significativamente maior do que o registrado na população geral. Daí a importância do tratamento do parceiro quando detectadas lesões relacionadas ao HPV na mulher e vice-versa.
O homem deve ser avaliado de maneira mais ampla, não apenas como parceiro de uma mulher infectada, mas também como portador de uma infecção muito frequente, que pode ser silenciosamente transmitida. A infecção pelo HPV é a doença sexualmente trans-
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HPV News | No 3 | 2011
news
missível (DST) mais frequente no mundo e algumas situações que predispõem o homem a essa infecção são a parceira infectada, excesso de prepúcio e fimose, balanite de repetição, multiplicidade de parceiras e algumas DSTs.
A equipe do Prof. Dr. Julio José Máximo de
Carvalho, professor assistente da disciplina de
Urologia da Santa Casa de São Paulo e vice-presidente da Sociedade Brasileira de DST –
São Paulo, avaliou em um estudo prospectivo os pacientes que procuram a clínica de urologia e concluiu que a ausência de lesão visível não deve excluir a pesquisa do vírus. “Existem muitos homens