Romantismo

O Romantismo predomina na Europa na primeira metade do século XIX. Seu surgimento, porém, data do período imediatamente posterior a Revolução Francesa. Duas das principais forças desencadeadas por esse movimento, o liberalismo, que visava assegurar a liberdade e igualdade proclamadas pelos revolucionários, e o nacionalismo, que exigia a libertação dos povos submissos e unificação das nações divididas, penetraram de modo tão profundo na consciência europeia que, mesmo passado o momento mais critico da revolução, continuaram atuantes, provocando a necessidade de transformação no cenário cultural europeu e criando a base para o que seria mais tarde denominado Movimento Romântico. O espírito romântico defendera uma revolução cultural centrada na descoberta do eu e na valorização de alguns elementos que considera constitutivos da identidade pessoal e nacional: o pensamento social, o passado nacional, a cultura do povo e os sentimentos individuais. A mensagem fundamental dos românticos foi a de que a imaginação e a criação individuais são perfeitamente capazes de determinar a forma e o conteúdo de criação artística. A diferença entre individuo e a sociedade em que vive será de extrema importância para os românticos. Deslocados socialmente, dotados de grande sensibilidade e de uma alma pura, só restará aos novos artistas uma saída: a fuga do presente para um passado idealizado ou um futuro utópico. A nova estética assumiu uma feição anticlássica, proclamando a liberdade individual do artista, eximindo-o da necessidade de imitação dos modelos greco-latinos. O sentimento nacionalista fez com que lendas populares, de inspiração medieval, fossem recuperadas, para valorização do heroísmo e da nobreza de caráter, permitindo a construção de uma identidade nacional que recuperasse a ''alma do povo''. A livre expressão de sentimentos conferiu aos românticos a alcunha de sentimentalista e individualista associando-os a manifestação de uma imaginação intensa e sonhadora.