Roer as unhas faz muito bem... salva rinocerontes!
António Batel Anjo – Professor e Divulgador de Ciência
Maputo, Janeiro de 2015
“Não roas as unhas!”, quem é que não ouviu esta advertência? Todos nós em algum momento das nossas vidas. Para evitar este vício desenvolveram-se vernizes, que dão mau sabor para evitar esta relaxante actividade. Mas a verdade é algo que vai passando de geração em geração e não parece querer desaparecer da “ecologia alimentar”. Mas porquê roer as unhas? Um dos motivos mais apontado é uma manifestação de ansiedade, mas na verdade é mais um hábito sem grandes consequências para a evolução da Humanidade, mas que pode salvar uma espécie da extinção.
Muito recentemente surgiu um facto que talvez ajude a contextualização desta actividade e que de alguma forma pode levar à compreensão da mesma. Mas para isso temos que falar de uma outra espécie… o rinoceronte.
No Mundo existem cinco espécies de rinocerontes, duas em África e as restantes na Ásia. Em
África existe o rinoceronte branco e o rinoceronte negro. Não vamos explicar agora as diferenças entre eles mas que fique claro que nada têm que ver com a cor.
As populações de rinocerontes vivem em permanente ameaça de extinção, ameaça esta que se estende a todas as espécies que têm de conviver com o ser humano na Terra. Mas é nos últimos anos que o fantasma da extinção tem assombrado mais este imponente mamífero.
Desde 2008 que se vem assistindo a uma desenfreada perseguição a esta espécie com um único objectivo – retirar-lhe o seu corno. O interesse vem da parte da medicina tradicional
chinesa que o usa para tratar algumas doenças: febres, reumatismo, gota, dores de cabeça e até febre tifóide. Ao contrário do que as pessoas pensam a questão o efeito afrodisíaco não está na bula do corno de rinoceronte.
Foto: South African Department of Environmental Affairs
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