Rio tiete
A degradação das águas do rio Tietê e afluentes está intrinsecamente relacionada às atividades humanas que se intensificaram na região, principalmente após o final do século XIX. O final deste século, no Estado de São Paulo, foi marcado pelo crescimento do complexo cafeeiro. Impulsionados pelo café, desenvolveram-se bancos, estradas de ferro, eletricidade, comércio, indústria e diversos serviços urbanos. As atividades urbanas, neste contexto, eram não somente necessárias à reprodução da economia como também resultado das modificações na estrutura produtiva. (FRACALANZA, pag. 44)
(...) as características dos rios da cidade de São Paulo – qualidade e quantidade de suas águas, conformação de seus leitos, sua vazão média – não estão relacionadas somente a aspectos físicos do ambiente, mas são resultado das formas de apropriação pelo Homem em sociedade desses sistemas naturais. Trata-se de modificações no ambiente natural associadas ao uso da água e à ocupação da terra. (FRACALANZA, pag. 45)
A pavimentação do solo urbano, iniciada nas ruas de São Paulo em 1873, com a colocação dos primeiros paralelepípedos, é um marco no processo de impermeabilização do solo e do aumento do fluxo de águas afluentes aos rios durante os períodos de chuvas. (FRACALANZA, pag. 48)
Ainda no final do século XIX, além de obras de retificação dos leitos dos rios, iniciaram-se intervenções buscando tanto saneamento do rio Tietê e de seus afluentes quanto geração de energia hidrelétrica. Neste último caso, por exemplo, para atender o consumo residencial de energia da cidade de São Paulo, a Companhia Light inaugurou, em 1901, sua primeira usina hidrelétrica, a usina de Parnaíba, no rio Tietê, onde hoje encontrasse a barragem Edgard de Souza. (FRACALANZA, pag. 48)
A poluição e as modificações no espaço urbano contribuem direta ou indiretamente para o assoreamento do leito dos rios e constituem aspectos que resultam na degradação das águas do rio Tietê e de seus afluentes