Rio +20
Gabriela Campos A Rio +20 foi uma Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável que ocorreu durante 10 dias em junho de 2012 no Rio de Janeiro onde chefes de Estado e Governo de 150 países se encontraram para debater dois temas: “A economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza”, e a “Estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável” analisando o que havia ocorrido nos últimos 20 anos e propondo mudanças para o futuro. Já na versão preliminar do documento final da Rio +20, foi eliminada a possibilidade da criação de fundos para financiar ações em desenvolvimento sustentável nos países mais pobres, ideia defendida pelo G77, o grupo formado por países em desenvolvimento, entre eles o Brasil. É possível que haja alterações no documento, porém, mesmo com o encerramento formal da Rio +20, nenhuma conclusão será feita até meados de 2014 (ABDALA e GIRALDI, 2012). Mas o que faz um país ser pobre? A ONU em 1997 criou o índice IPH (Índice de Pobreza Humana) que resume seus dados na base de três fatores (NUNES, 2009): Longevidade; Conhecimento (Analfabetismo); e Padrão de vida adequado, baseado no total de pessoas sem acesso a água potável, o número de adultos sem acesso aos serviços de saúde e o total de crianças subnutridas com menos de 5 anos (FARAGO e SCHNEEBERGER, 2003, p.344-345). Porém não é possível resumir a realidade a esses dados em um mundo onde um mesmo país possui pequenos grupos com enormes rendas e multidões miseráveis. Ao abrir a página especial da Rio +20 na internet da Globo, a G1.com, os três tópicos apresentados que eram considerados relacionados com o assunto em questão, possuíam referências à Índia, Amazônia e a China.1 Países e Estados onde há divisões a exemplo das castas sociais indianas ou até mesmo a categorização chinesa de ser o país com a maior desigualdade social segundo Lijia Zhang (CARVALHO, 2011). Pensar na Rio +20 e ignorar esses