Ricardo Reis e a sabedoria de deixar passar a vida placiadamente sem a viver
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RICARDO REIS E A SABEDORIA DE DEIXAR PASSAR A VIDA PLACIDAMENTE, SEM A VIVER1. Introdução – Nota biográfica e formação cultural
Nasceu no Porto, a 19 de setembro de 1887;
É médico;
Educação latinista num colégio de jesuítas;
Seguidor, por iniciativa própria, dos ideais gregos;
Saramago define 1936 como o ano da sua morte.
2. Classicismo
Neopaganismo;
Estoicismo:
Não ceder aos impulsos;
Evitar prazeres violentos;
Autocontrolo e disciplina.
Epicurismo:
Aceitação do Destino inalterável;
Distanciamento da dor;
Objetivo da ataraxia.
Carpe Diem:
Aproveitar o presente;
Consciência da efemeridade da vida / inevitabilidade da morte.
Serve-se destas ideias para usufruir de uma “existência calma”
Amemo-nos tranquilamente, pensando que podíamos,
Se quiséssemos, trocar beijos e abraços e carícias,
Mas que mais vale estarmos sentados ao pé um do outro
Ouvindo correr o rio e vendo-o.
(Vem Sentar-te Comigo, Lídia, à Beira do Rio)
Formalmente:
Odes, epigramas e elegias;
Vocabulário erudito;
Inversão da ordem lógica (hipérbato);
Ritmo que coincide com as ideias indisciplinadas.
3. Conclusão
Refúgio na Antiguidade Clássica e na felicidade pagã para esbater o desespero;
Deixar passar a vida, placidamente sem a viver
RICARDO REIS E A SABEDORIA DE DEIXAR PASSAR A VIDA PLACIDAMENTE, SEM A VIVER
Ricardo Reis nasceu, segundo o próprio criador, no Porto, a 19 de setembro 1887. De estatura média, se bem que “mais baixo e mais forte” que Alberto Caeiro, formou-se medicina, profissão que exerceu ao longo da “vida”. A sua formação, num colégio de jesuítas, permitiu-lhe contactar com os princípios basilares da cultura latina que associa ao helenismo que adquire por formação própria. A título de curiosidade e mesmo parecendo um paradoxo, Reis nunca morreu, ou seja, na sua biografia não é apresentada uma data de morte, sendo que é Saramago quem se irá ocupar com este assunto, num seu romance, determinando o ano de 1936 como o do término da vida