Revolta da vacina
A Revolta da Vacina foi uma manifestação popular ocorrida na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 10 e 16 de novembro de 1904 contra a imposição da vacinação obrigatória, cujo objetivo era erradicar doenças tropicais como febre amarela, varíola, malária e peste, além de melhorar as condições de higiene da então capital da república. O plano de saneamento, organizado por Oswaldo Cruz, foi elaborado em sintonia com a política de modernização do espaço urbano do prefeito Pereira Passos.
Entre os problemas enfrentados pelo Rio de Janeiro, então capital federal, na virada do século XIX para o XX, se destacavam a falta de saneamento básico e de higiene, fatores que facilitavam a propagação de doenças graves e por consequência provocavam uma imagem negativa da cidade no exterior. Devido à situação sanitária caótica, o presidente Rodrigues Alves (1902-1906), nomeou o sanitarista Oswaldo Cruz como diretor geral do Departamento Federal de Saúde Pública (DGSP) do governo federal, cargo equivalente ao de ministro da Saúde atualmente. O primeiro passo era erradicar a epidemia de febre amarela, vacinar a população contra a varíola e melhorar as condições de vida dos habitantes.
Para cumprir o proposto, Oswaldo Cruz encaminhou ao Congresso Nacional, a 31 de outubro, uma proposta de lei sobre a obrigatoriedade da vacinação, a chamada Lei da Vacina Obrigatória. A sugestão foi transformada em um projeto legislativo, o que gerou insatisfação de diversos setores da sociedade civil. A população temia que a vacina fosse uma forma de extermínio das camadas pobres, visto que a reformulação do sistema de saúde estava ligado à modernização da cidade, inspirada nos moldes parisienses e proposta por Pereira Passos e Rodrigues Alves. Tal política destruiu cortiços e casebres integrantes da região central da cidade para dar lugar a grandes avenidas e ao alargamento de ruas. A consequência de tais medidas foi o desenvolvimento de favelas nos morros do Rio de Janeiro e o crescimento