Reuinão na cozinha

PSICOLOGIA NAS ORGANIZAÇÕES
M. Sc. Jocely Burda

REUNIÃO NA COZINHA
A mais nova tática das empresas para incentivar a integração de seus funcionários: cursos de culinária
Mariana Laura Neves
Artigo retirado da Revista ÉPOCA Ed. 453 - 22/01/2007
A diretora-financeira de uma grande empresa brasileira é avessa às tarefas domésticas. É uma típica mulher de negócios, que não abre mão dos sapatos de salto agulha e das bolsas da marca Chanel, mas que jamais botou um avental na vida. Um belo dia, a empresa em que trabalha decidiu oferecer um curso de culinária para aproximar os funcionários. "Eu vou ter de cozinhar?", foi sua reação. No final da atividade, segundo Paula Moraes, proprietária da escola de culinária Atelier Gourmand, de São Paulo, a executiva literalmente desceu do salto para pilotar o fogão. Durante a refeição, em vez de falar sobre os juros ou a cotação do dólar, perguntava aos colegas se seu prato era o mais saboroso de todos.
Eis uma tendência nas empresas. Depois do rafting, do rapel e do golfe, a mais nova moda para incentivar o trabalho em equipe é investir em cursos de culinária. Nos Estados Unidos, cozinhar com os colegas de escritório já faz parte da rotina dos funcionários do banco de investimentos UBS, da Microsoft e da HP. No
Brasil, companhias como Citibank, Natura, Nokia, Embratel e General Motors estão entre as que já realizaram esse tipo de evento. As empresas especializadas em promover esses cursos deram um salto de faturamento. Só uma delas, a Conectis, cresceu 600% no ano passado fazendo eventos para as empresasgourmets.
O público que freqüenta essas cozinhas é seleto. Geralmente são presidentes e diretores de empresas que pouco conversam entre si durante o trabalho. Em outras ocasiões, os figurões vão acompanhados de clientes e fornecedores que desejam paparicar. O resultado, quase sempre, é que os "alunos" acabam tornando-se amigos. "A cozinha é um lugar de intimidade", diz Paula Moraes. "Quando estão relaxadas, as