RESUMO "A TELA"
A política se torna explicativa a fim de mostrar os limites do razoável, mas a representação continua. Há um mistério pelo qual o poder se constitui e se subordina, permanecendo intacto. No domínio político tudo se sustenta apenas por magia, conservando sua força.
A relação política permanece de uma outra natureza e se estabelece sobre uma outra coisa: os dispositivos simbólicos, as práticas codificadas, conduzidas segundo regras que fazem parte de um ritual imaginário e suas dramatizações. Esses artifícios têm como resultado o domínio da sociedade através da dramaturgia política.
A demonstração de poder resulta de aparelhos e de dispositivos complexos, do comando de força a ação terrível ou terrificante, manifestada pela demonstração do poderio político. O estado multiplicou as suas intervenções e funções, os governadores se tornaram responsáveis pelas boas ou más condições que regem o curso da vida.Os dispositivos técnicos mudaram os rituais: passado/simbólico para presente/técnico.
O político como mito: afirmam sua competência, a qual não cria sozinha a adesão e a confiança das pessoas, mas contribui pra isso. Sua aparência é mais de ordem técnica do que de ordem simbólica, diferente do que era no passado.
Na política, a morte nem sempre significa o fim do político, uma vez que ela faz do grande homem morto, um símbolo político puro, dando aos mesmos uma imortalidade cívica, uma vez que os heróis não morrem.O político alimenta assim a mitologia que lhe da sentido e força, substituindo assim as ideias por personagens que captam a atenção e sacodem a imaginação: o herói, o líder, o pai e a mãe.
A multiplicação e a difusão dos meios de comunicação modernos modificaram a produção das imagens políticas: uma modificação profunda no modo de produção de imagens pela multiplicação e difusão, a partir da fabricação em grande quantidade, aquisição de força de irradiação, pela presença nos meios midiáticos. Assim, com o passar do tempo, tornaram-se cotidianas