Resumo - vidas secas
Vidas Secas
Roteiro de Leitura
Sílvia M. Ruggiero
Graciliano Ramos
INTRODUÇÃO
VIDA E OBRA DE GRACILIANO RAMOS
Vidas Secas é o último romance de Graciliano Ramos e a única experiência do autor com foco narrativo na terceira pessoa.
Um tênue fio narrativo faz o leitor conhecer a história de uma família de retirantes nordestinos que foge da seca, encontra período de passageira estabilidade e parte novamente em retirada quando as chuvas deixam de cair, prenunciando um novo período de seca. A economia (de estilo, de linguagem, de vida e de cenário) pode ser destacada como a característica básica da narrativa.
Graciliano Ramos nasceu em
Quebrângulo, nas Alagoas, em fins de outubro de 1892. Lá passou a infância e parte da adolescência, repartindo-se com a família, entre as cidades de Buíque, Viçosa e Palmeira dos Índios. Primeiro dos quinze filhos, Graciliano
Ramos foi sempre visto pela família como um sujeito difícil, taciturno e introspectivo.
A arquitetura “fragmentária” de Vidas Secas obedece a uma exigência interna de seu criador. Através de episódios justapostos, o leitor tem uma visão desconexa da realidade apresentada pelo romancista, idêntica à percepção que as personagens têm do mundo que as cerca.
Vidas Secas é um romance cíclico: inicia-se com a seca — cap. 1 “Mudança” — e encerra-se com os prenúncios da nova seca que se aproxima — cap. 13 “Fuga”. Cada capítulo concentra-se mais particularmente numa das personagens:
Fabiano, Sinha Vitória, os dois meninos e Baleia. O foco narrativo, em cada capítulo, parte de Fabiano, passa por Sinha
Vitória, detém-se nos dois meninos, para terminar em Baleia.
Esses círculos têm como centro as personagens, pois o autor apresenta-nos o mundo através de uma realidade interior e não do decurso de ações ou acontecimentos. É possível afirmar que a obra é constituída quase toda sob a forma de “diálogo indireto” (discurso indireto livre). Em todos os capítulos —