Resumo - Para Além de Plantões e Encaminhamentos - Sodré
SODRE, Francis. Serviço Social e o Campo da Saúde: Para Além de Plantões e Encaminhamentos. In: Serviço Social e Sociedade. N° 103. São Paulo: Cortez; 2010.
O artigo tem como objetivo realizar uma análise da política de saúde e do trabalho do assistente social partindo de duas diferentes formas de gestão: o modelo fordista e o modelo de acumulação flexível.
Considerando que o assistente social contribui politizando o campo da saúde, a autora inicia destacando a importância do Serviço Social na criação e defesa do SUS, o qual considera resultante das lutas sociais onde seus profissionais tiveram relevante atuação. Em seguida, passa a analisar a gestão do trabalho em saúde a partir de dois momentos distintos, os quais aqui já foram citados.
A Modernidade e o Fordismo na Saúde Pública
A industrialização no Brasil resulta no crescimento de seus centros urbanos e, consequentemente, nas mazelas do trabalho de fábrica, conflitos e o surgimento de políticas de controle da força de trabalho.
Tais modificações refletiram na necessidade do Serviço social também modernizar sua prática, inserindo-se em instituições complexas em sua organização, que requeriam uma racionalidade burocrática-administrativa.
Na saúde pública, fomentada pelas políticas sociais, houve a centralização e verticalização das grandes instituições em uma única estrutura de poder, a estatal. Houve ainda ampla inserção dos assistentes sociais nos grandes hospitais, tendo o Serviço Social marcado sua atuação por meio de práticas educativas sobre higiene aplicados à vida privada, através dos trabalhos com comunidade. Devido à grande demanda de pessoas a serem atendidas, a prática da sistematização foi prejudicada em muitas instituições. Surge então o “livro preto” o qual possuía apenas registros superficiais sem dados suficientes para uma sistematização qualificada.
A gestão de trabalho dos grandes hospitais era semelhante à realizada nas grandes fábricas, resultando num atendimento