Resumo - Opulência e miséria das Minas Gerais
História
RESUMO –
OPULÊNCIA E MISÉRIA DAS MINAS GERAIS
A VISÃO EDÊNICA
Desde a descoberta do Brasil, houve a especulação de mitos “positivos” e “negativos”. A Igreja logo viu a possibilidade de a terra descoberta ser o “Paraíso Terrestre”, enquanto outros afirmavam ser a América inferior à Europa: por não ter os grandes mamíferos europeus, mas sim répteis e insetos, por ter solo úmido e pútrido, sem falar nos homens, imaturos e sem barba (sinal de pouca virilidade). Mas houve um mito que destacou-se, o mito do Eldorado: “(...) terras, montes e montanhas de ouro puro, que se encontravam perdidos no coração da nova terra e que fariam a felicidade de quem os encontrasse.” Justamente na época do “descobrimento do Brasil”, a Europa passava por um período de transição do feudalismo para o capitalismo, pois as minas de metais nobres, usados como moeda, escasseavam-se na Europa Central. De vários pontos do Brasil começaram a surgir pessoas interessadas nos metais preciosos. De São Paulo saíram as bandeiras de maior destaque; os paulistas estavam acostumados à vida no sertão e começaram as buscas mato adentro por seu “remédio para a pobreza”. As primeiras tentativas foram frustradas, pois os bandeirantes pensaram ter achado esmeralda, enquanto era apenas turmalina. Carlos Drummond de Andrade retrata este engano no poema Canto Mineral:
“E as esmeraldas, Minas, que matavam de esperança e febre e nunca se achavam eram verde engano?”
A descoberta da América e os mitos criados sobre ela mudaram o rumo de sua história. As riquezas geradas com a exploração da América ajudaram a estabelecer a “acumulação primitiva de capital ”, tão importante na transição do feudalismo para o capitalismo na Europa. A depreciação dos europeus com relação aos americanos também é um fato importante, principalmente se considerado como justificativa para submissão, como fizeram-no os europeus.