Resumo Hobsbawm
Maria Aparecida Bergamaschi
Contribuindo para o entendimento, de "patrimônio de interculturalidade",evidencio características observadas nas práticas escolares de aldeias Guarani que corroboram para a construção desse patrimônio, ao mesmo tempo em que lanço questionamentos para pensarmos em que medida o ensino de História pode, reciprocamente, contribuir para a produção de um
"patrimônio de interculturalidade" na escola não indígena. Penso que são questões pertinentes para pautar uma reflexão sobre a temática indígena no ensino de História. Oliveira (2008) nos lembra que as imagens de índio, ainda predominanteshoje, como por exemplo, as de homens e mulheres nus, que pintam e adornam os corpos exoticamente, não são exclusivamente tributárias dos primeiros séculos da colonização. Segundo a autora, essas imagens adquiriram legitimidade ao marcarem presença nos "vários textos que nos circundam", principalmente veiculados na e pela escola, em especial nas aulas de História. São sinais que apontam a necessidade de rever como a temática indígena aparece no ensino de História e os próprios movimentos da história expressam a necessidade de repensar o que fazemos na escola.
Diante dessas constatações e inspirada nas ideias de Canclini (2007), valeperguntar: onde encontrar uma teoria que organize as novas diversidades? E, diante de grupos étnico-culturais que exigem um canal legítimo de diálogo, como construir um patrimônio de interculturalidade na escola? Esse é um desafio para o ensino de História, também pressionado pela Lei nº 11.645/2008 que dispõe sobre a obrigatoriedade do estudo da história e cultura indígena nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados.
Penso que a condição básica para esse diálogo é o reconhecimento dos povos originários como interlocutores legítimos, embasando a interação no reconhecimento de seus conhecimentos e