Resumo do livro O Nascimento da Clínica
O livro de Michel Foucault, O Nascimento da Clínica, é uma reflexão histórica e crítica sobre as diferentes formas do olhar do médico sobre o objeto da medicina, marcando a diferença entre a medicina moderna e a medicina clássica.
Foucault esclarece essa diferença mostrando uma transposição do modo de pensar e observar dessa medicina. No início do século XIX ela se apresenta como uma medicina científica. No decorrer dos capítulos Foucault tenta mostrar como se deu essa organização de um conhecimento médico. A medicina moderna implicou o surgimento de novas formas de conhecimento e novas práticas institucionais. Para tal esclarecimento, Foucault mostra exemplos e analisa os tipos de discursos utilizados tanto pelo médico do século XVIII, quanto pelo médico da medicina moderna.
No primeiro caso, Foucault mostra, quando cita Pomme (em “Porções membranosas semelhantes a pedaços de pergaminho molhado...”), que o discurso médico do século XVIII era perseguido por uma falta de objetividade e por uma certa misticidade da doença. Já no segundo caso Foucault, quando cita Bayle (em “As falsas membranas são freqüentemente transparentes, sobretudo quando muito delgadas; mas habitualmente apresentam uma cor esbranquiçada, acinzentada, avermelhada e, mais raramente, amarelada, acastanhada e enegrecida.”), mostra um pensamento muito mais objetivo. Foucault explica que essa mudança de definições não se dá apenas ao acumulo de conhecimento sobre a doença, mas é uma mudança no nível do objeto, conteúdo e método utilizado pela medicina.
Essa mudança, que faz surgir a medicina moderna, vai implicar diretamente no aparecimento de novas políticas publicas de saúde, em novas formas de conhecimento desses mesmos objetos, conteúdos ou métodos, que incluem uma experiência clínica. Foucault diz que:
“Para que a experiência clínica fosse possível como forma de conhecimento foi preciso toda uma reorganização do campo hospitalar, uma nova