Resumo do livro: “na noite passada eu sonhei” (medard boss)
Capítulo I.
“Na noite passada eu sonhei...” é o início de uma sentença que psiquiatras, psicoterapeutas e psicólogos contemporâneos ouvem milhares de vezes. A razão de a ouvirem com tamanha frequência é o interesse que geralmente eles têm no sonhar dos pacientes.
A pesquisa sistemática tem existido desde o trabalho pioneiro de Freud: “A interpretação dos Sonhos” que foi publicado na virada do século. Hoje – três quartos de século depois – a opinião crítica está cada vez mais erodindo as teorias psicológicas profundas referentes à interpretação dos sonhos.
Ludwig Wittgenstein, discípulo de Freud, faz sua crítica ao caráter cientifico da teoria freudiana. “Explicações genéticas jamais captam (nem sequer parcialmente) o conteúdo experiencial de algo”. Assim move-se ao conceito de que “cada coisa é o que é, e não outra coisa qualquer”. Porém Wittgenstein tinha em mente o aforismo de Goethe: “Não procure nada por trás dos fenômenos; eles próprios são a lição”. E ainda o grito de Husserl: “Voltem às coisas mesmas!”.
Ambos são convites a uma nova maneira de pensar, uma maneira que podemos chamar de Fenomenológica. Esse novo pensar significa afastar-se radical e permanentemente, de todos os procedimentos científicos anteriores. A abordagem fenomenológica procura evitar conclusões exclusivamente “lógicas” e em lugar disso apega-se às coisas observáveis, visando penetrar no seu significado e contexto com um refinamento e precisão sempre maiores, até que a própria essência delas seja totalmente reconhecida.
Os psicanalistas M. D. Zane e M. H. Eckhardt relatam o resultado de um simpósio sobre sonhos, organizado por um período de cinco anos, pelos membros da Academia Americana de Psicanálise: “[...] olhando para o mesmo sonho, psicanalistas extraíram significados muito diferentes, assumiram abordagens muito diversas e tiveram uma extraordinária dificuldade de