Resumo do livro mitologias
• O mito é uma fala, um sistema de comunicação, uma mensagem, um modo de significação, uma forma. Ele não se define pelo objeto da sua mensagem, mas pela maneira como a profere: o mito tem limites formais, mas não substanciais.
• O mito é uma fala escolhida pela história: não poderia de modo algum surgir da “natureza” das coisas.
• O mito não pode definir-se nem pelo seu objeto, nem pela sua matéria, pois qualquer matéria pode der arbitrariamente dotada de significação.
• A mitologia é apenas um fragmento dessa vasta ciência dos signos que Saussure postulou, sob o nome de semiologia. A semiologia é uma ciência das formas, visto que estuda as significações independentemente do seu conteúdo.
• O significante do mito apresenta-se de uma maneira ambígua: é simultaneamente sentido e forma, pleno de um lado, vazio do outro.
• Um significado pode ter vários significantes.
• No mito, o conceito pode cobrir uma grande extensão de significante: por exemplo, um livro inteiro será o significante de um só conceito. Não existe nenhuma rigidez nos conceitos míticos: podem construir-se, alterar-se, desfazer-se, desaparecer completamente. E é precisamente porque são históricos, que a história pode facilmente suprimi-los.
• A relação que une o conceito do mito ao sentido é essencialmente uma relação de deformação. Para Freud, o sentido latente do comportamento deforma o sentido manifesto, assim, no mito, o conceito deforma o sentido. Naturalmente, esta deformação só é possível porque a forma do mito já é constituída por um sentido linguístico.
• O mito é uma fala definida pela sua intenção (sou um exemplo de gramática), muito mais do que pela sua literalidade (chamo-me leão).
• Encarregado de “transmitir” um conceito intencional, o mito só encontra traição na linguagem, pois a linguagem ou elimina o conceito escondendo-o, ou o desmascara dizendo-o.
• A função específica do mito é transformar um sentido em