Resumo ditadura
Este artigo aborda o uso da comunicação institucional como meio de legitimação do governo militar perante a população brasileira. Para isso, analisa-se de que maneira os militares utilizaram as relações públicas (Assessoria Especial de Relações Públicas -
AERP), a publicidade (campanhas favoráveis ao regime) e o jornalismo (revista
Manchete) para embasar a hipótese de que ferramentas de comunicação podem ser usadas por instituições a fim de garantir o apoio da opinião pública. Além disso, houve no período de ditadura militar o fortalecimento dos Aparelhos Ideológicos de Estado
(AIE), sobretudo os relacionados à informação. Nessa perspectiva, o artigo visa demonstrar como a AERP e a Manchete constituíram-se em Aparelhos Ideológicos do
Estado de Informação por disseminarem a ideologia do regime militar.
Palavras-chave: Comunicação Institucional. Assessoria Especial de Relações Públicas.
Revista Manchete. Aparelhos Ideológicos de Estado.
Ditadura militar no Brasil
A partir da década de 1960 o Brasil passou por uma transformação política, saiu de um regime democrático para um contexto ditatorial imposto pelos militares e apoiado por diversas instituições da sociedade brasileira. A justificativa do golpe que levou os militares ao poder em 1964 foi a imposição de uma ordem diante do caos que era vigente no país em virtude de uma herança do nacional popular advinda dos governos de Jânio Quadros e João Goulart.
A atuação militar no movimento de 1964 fundamentou-se na formulação de uma doutrina de segurança nacional que postulava a reformulação geral da estrutura política e das instituições governamentais, bem como a necessidade do desenvolvimento econômico apoiado na intervenção estatal e no capital internacional. Durante duas décadas os presidentes militares impuseram uma legislação autoritária, através de atos
1 Trabalho apresentado no DT 6 – Interfaces Comunicacionais do XII Congresso de Ciências da Comunicação na
Região Sul e realizado