Resumo de "O show do Eu"
SIBILIA, Paula. O show do eu: a intimidade como espetáculo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008 (p. 01-27).
De que modo as transformações contextuais, que permeiam a exibição de intimidade na internet, afetam os processos pelos quais alguém se torna o que é? O que significa essa repentina exaltação do banal, essa espécie de reconforto na constatação da mediocridade própria e alheia? Essas são as principais interrogações que originam o ensaio de Paula Sibilia, sobre o festival de vidas privadas que circula o ciberespaço. A autora afirma que chegou a “hora dos amadores”, pois agora somos nós (pessoas comuns), e não a grande mídia tradicional, que estamos transformando a era da informação, ao passo que aumentamos nossa participação na produção de conteúdo da internet. Sibilia apóia-se nas concepções de grandes pensadores (como Nietzsche, Foucault e Deleuze), publicações midiáticas e dados numéricos, para apresentar e exemplificar alguns dos principais infortúnios de uma sociedade que cultiva cada vez mais o “ser diferente” e o “querer sempre mais”. Partindo daí, a autora se apega a uma argumentação mais simples para citar, por exemplo, a captura continua de potencial de criação realizada pelo mercado. No contexto do fenômeno conhecido como Web 2.0, cidadãos comuns tornaram-se as personalidades do momento. As novas celebridades são induzidas a se exporem cada vez mais, o que seria um bom gatilho para os conflitos de público e privado. Estas novas de estratégias são aplicadas pelos “navegantes” do ciberespaço, adquirindo um perfil alterdirigido, com objetivo de acompanhar as novas e crescentes mudanças de uma sociedade líquida e de uma cultura somática, inovando as maneiras de ser e estar no mundo. Além da tênue linha que vem separando o público e privado, outra grande barreira destas mudanças, é o fato de que grande parcela da população mundial não tem acesso à internet e em uma época onde só é o que se vê, essa parcela esta