Resenhas Marco2015 M1C

O baile

O que me chamou a atenção no filme “O baile” foi a forma de transmitir suas mensagens ao espectador. Por não ter nenhum dialogo verbal, eu noto que a encenação dos atores é extremamente teatral, com personagens de características bem demarcadas, diferente do que se vê geralmente em cinema, onde as ações físicas são mais discretas.
Fiquei admirada em como foi pensado cada detalhe para que o espectador não ficasse perdido ou confuso com o que se passava em cena. A decoração, figurino e principalmente os sons e as musicas tocadas no salão, funcionavam como o contador da historia, nos guiando pelo canal do desenrolar da trama, assim como o som estridente do bombardeamento alemão, as danças animadas do pós-guerra, entre outros detalhes primordiais que fizeram referencia aos acontecimentos com os personagens e a passagem de épocas.
Além da época, era fácil reconhecer a classe social dos personagens, de acordo com as roupas e os modos, e também alguns aspectos psicológicos, como a mulher paranoica que engole comprimidos, ou a insegura que troca os sapatos, coloca peruca e depois as tira, ou o homem com segundas intenções que o tempo todo lança seu spray refrescante á boca.
Alguns atores fizeram diversos personagens que tinham atmosferas totalmente diferentes um dos outros. A mudança da expressão facial e física foi muito convincente.
Era notável, muito mais do que a expressão corporal, o olhar de cada personagem. Era como se pudéssemos saber exatamente o que sentia cada um, mesmo que suas ações demonstrassem o contrario.
“O baile”, sem duvida nenhuma, é um belo filme. Principalmente por sua originalidade. Apesar de se concentrar em um único cenário, é muito eloquente, e de um modo quase poético nos leva a vários sentimentos humanos dramáticos, sem perder a leveza e com um toque de comédia.
O que assisti me remeteu ás nossas aulas e me deu uma visão bem clara sobre como a interação, o envolvimento e o dialogo entre personagens é totalmente possível, mesmo sem