RESENHA - O NEOLIBERALISMO & O ENSINO DE HISTÓRIA: INCLUIR PARA EXCLUIR
RESENHA
O NEOLIBERALISMO & O ENSINO DE HISTÓRIA: INCLUIR PARA EXCLUIR
O conceito nietzscheneano de moral do ressentimento finda sendo útil instrumento para entender procedimentos daquela ideologia [neoliberal]: tudo que lhe é estranho merece a identificação com o mal.1
1 – FALÁCIAS SISTÊMICAS: DEMOCRACIA, CURRÍCULO NEUTRO E INCLUSÃO SOCIAL.
Numa análise de conjuntura mais ampla – para além do momento nacional do advento de uma suposta democracia2 pós regime ditatorial civil/militar – se entende que a década de 1980 apresentou o auge da crise hegemônica do sistema capitalista mundial, iniciada com o esgotamento do regime fordista de acumulação econômica nas décadas de 60 e 70.3 E, neste contexto, a ideologia política neoliberal/conservadora apresentou-se como uma saída para atravessar esta crise, através de uma reorganização político-ideológica das estruturas sistêmicas e da redefinição global das esferas social e pessoal, perpassando, consequentemente pelo trabalho e, principalmente, pela educação.4
Inserido nesta conjuntura, no que se refere ao ensino de História no Brasil, entende-se que o Estado, ao tutelar a educação formal pela via das letras legais (diretrizes, leis, PCNs, e outras), toma esta iniciativa a fins de regular, determinar, fiscalizar, definir, direcionar regulamentar, enfim, apropriar-se do discurso histórico – e portanto, também da memória coletiva nacional – que “deva” ser construído, enquanto saber escolar e conhecimento produzido no processo ensino/aprendizagem, justamente, para atender às demandas do projeto neoliberal/conservador de hegemonia enquanto pensamento único e única possibilidade para humanidade, ou seja, a defesa da lógica do que os mecanismo de mercado são os únicos e melhores reguladores da vida econômica e social [via única par se entender a economia, a política e a sociedade], portanto, também da educação. Em outras palavras, o atrelamento da educação aos objetivos de preparação