resenha a espera de um milagre
Paul Edgecombe (Tom Hanks) é um oficial que trabalha no corredor da Morte. Ele acaba de receber um novo subordinado na "Milha Verde" chamado Percy Wetmore e um condenado chamado John Coffey. Inicialmente temos ressalvas com o condenado e nos sentimos à vontade com o novato, mas o autor desse romance (espertamente) nos faz pensar que as pessoas às vezes têm os papeis trocados na vida.
John fora preso supostamente por matar e estuprar duas garotinhas na calada da noite. Ele foi encontrado aos prantos com as duas no colo, mortas. As pessoas nem o interrogaram, nem acharam estranho que um assassino estivesse chorando. Acredito que era porque Coffey era um negro enorme e porque a história ocorre na década de 1930. Tenho quase certeza de que foi preconceito racial.
Quando ele vai parar na Milha Verde, passa um tempo só observando como as pessoas que estão com ele são realmente. E mais uma vez o autor nos choca com a atitude dos personagens. Os presos tem um tempo para pensar em seus erros, contam suas vidas, se arrependem e os policiais são legais com os prisioneiros (quem imaginaria isso?). Dão a última refeição, realizam últimos desejos e inclusive permitem que Del, um dos presos, tenha um rato de estimação no presídio (providenciam uma caixinha de charutos para lhe servir de cama), e quando Dell vai morrer providenciam um show para seu ratinho e lhe contam que ele vai para Ratoville (uma espécie de cidade para ratos talentosos). Achei uma atitude digna sabe? Quando eu fazia o culto do evangelho no lar com meus pais, muitas vezes caía no capítulo sobre caridade que dizia: "quando agasalhardes um pobre a mim estará agasalhando e quando for visitar alguém no presídio a mim estará visitando".
Em resumo, as pessoas normalmente têm tanto ódio dos prisioneiros que não enxergam neles pessoas sofredoras que precisam de ajuda, que se arrependeram e que sabem que não possuem mais uma chance*. É claro que existem também aqueles