Resenha: um quebra-cabeça teórico: o leitor é pensável?

Referência:
JOUVE, Vincent. Um quebra-cabeça teórico: o leitor é pensável? IN: _______. A leitura. Tradução de Brigtte Hevor. São Paulo: Editora UNESP, 2002.

Vicent Jouve professor de literatura francesa na Universidade de Reims Champagne-Ardenne,na França, é autor do livro "A leitura", em que apresenta um universo de possibilidades relacionadas ao ato de ler. Em sua obra, o autor propõe a análise de teorias relacionadas à leitura, teorias estas que sistematizaram o sentido da leitura para o leitor. Sua obra volta-se tanto para os pesquisadores da área quanto para as pessoas que desejam conhecer apenas o que acontece quando um leitor mergulha no universo da leitura, independentemente do que está sendo lido. O livro inicia destacando o impacto da leitura na vida dos leitores e a evolução que as teorias vêm sofrendo com o passar do tempo.
No segundo capítulo, intitulado de “Um quebra-cabeça teórico: o leitor é pensável?", Jouve fala sobre a figura do narratário como um suposto leitor imaginado pelo autor, já que todo texto dirigi-se a alguém e quem escreve, faz isso com a intenção de atingir algo ou alguém. O leitor real (o receptor) aceita ou não o papel que lhe é proposto pelo narrador. O leitor real pode, ou não, imergir no texto, dependendo da relação que ele estabelece com o que está sendo lido, pois o texto assume um valor que varia de acordo com os critérios estabelecidos pelo receptor.
Existe uma fronteira entre o mundo do texto e o mundo fora do texto, existe um leitor implícito no texto e um leitor que segura nas mãos o texto. O leitor tem o direito de não aceitar o papel que o texto lhe propõe, isso impede que o leitor “entre” no texto e o leia até o fim. O autor usa o termo narratário para delimitar o leitor inscrito no texto, o leitor de um texto não se constitui em uma figura única, mas sim, oscila entre o real e o virtual na leitura ele subdivide-se em narratário intradiegético e extradiegético. O primeiro refere-se ao que estar interno ao