RESENHA: TRABALHO E CAPITAL MONOPOLISTA A Degradação do Tabalho no Século XX

748 palavras 3 páginas
Em sua obra “Trabalho e capital monopolista: A Degradação do Trabalho no Século XX”, o autor Harry Braverman abordou questões relacionadas às condições trabalhistas na era industrial do século XX. Suas experiências como operário de indústrias norte-americanas em pelos anos 40 enriqueceram sua análise crítica, pois conheceu e vivenciou o cenário narrado no livro. A insatisfação de Braverman com o controle do trabalho exercido pela classe dominante pela ambição de reduzir os custos de produção e elevar os lucros foi o que o inspirou. Neste sentido, seu trabalho seguiu na contra-mão dos objetivos perseguidos por aqueles que pretendiam ter o controle do trabalho. Ele questionou a organização do Estado, a legislação trabalhista, a concorrência do mercado, mas sobretudo, a atuação pouco revolucionária dos sindicatos e dos trabalhadores. Ele criticou a nova abordagem socialista, que deixou de lado a luta por melhorias no modo de produção, dando lugar apenas à conduta anticapitalista que questiona a má distribuição, como afirma na introdução:

A classe trabalhadora sindicalizada, intimidada pelo grau de complexidade da produção capitalista, e enfraquecida em seu ímpeto revolucionário original pelos ganhos proporcionados pelo rápido incremento da produtividade, perdeu cada vez mais ânimo e ambição de arrancar o controle das mãos capitalistas, e tendeu mais a barganhar por participação do trabalho no produto.

Diante desta “domesticação” da classe operária sindicalizada e da mercantilização da vida em geral, surgem novos hábitos, costumes, culturas, a classe operária adquire novas formas de lazer. Assim, o efeito ideológico se fez sentir em todo o mundo marxista: a tecnologia do capitalismo, a organização e a administração do trabalho tornaram-se relativamente aceitáveis e o movimento socialista tornou-se mais fraco exatamente onde ele era mais forte. Enquanto isso, as indústrias conquistam o domínio científico e avançam no controle e opressão do trabalhador.
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