Resenha texto 1: Santuário, aldeia e fortaleza
Resenha texto 1: Santuário, aldeia e fortaleza
Para entender o surgimento da cidade e sua importância ao longo da história é necessário abrir mão do conceito e forma das cidades atuais e atentar-se para a história desde nossos antepassados nômades. Além desse regresso, é preciso abrir a visão para além dos restos físicos das primeiras formas de cidade e atentar-se para o modo de vida que levou a tal organização fixa e coletiva.
A busca por um ponto favorável, que ofereça abrigo e boa alimentação, a ligação com determinados locais são características encontradas na vida de várias espécies animais e também dos seres humanos que nos apontam justificativas para a fixação de moradia. Antes que tais motivos levassem o homem paleolítico a fixar-se em um ponto, seu respeito e fascínio pelos mortos fez com que estes recebessem moradas permanentes: uma caverna, uma cova assinalada por um monte de pedras, um túmulo coletivo. Há muito tempo, os judeus reclamavam como seu patrimônio, a terra onde seus antepassados foram sepultados, e essa bem fundamentada pretensão parece primordial. A cidade dos mortos antecede a cidade dos vivos.
Além de túmulos e moradias, as cavernas foram cede de cerimônias de alguma espécie e deixaram grandes contribuições artísticas. Nesses antigos santuários paleolíticos, bem como nos primeiros túmulos e montes sepulcrais encontramos os primeiros indícios de vida cívica, provavelmente muito antes de poder suspeitar de qualquer agrupamento permanente em aldeias. A caverna paleolítica pode ter dado ao homem antigo sua primeira concepção de espaço arquitetônico, seu primeiro vislumbre da faculdade que tem o espaço emparedado de intensificar a receptividade espiritual e a exaltação emocional. Este ponto de encontro cerimonial, que servia de meta para peregrinação é o primeiro germe da cidade.
A incerteza Fo amanhã e a sujeição aos caprichos da natureza levaram o homem a fixar residência e empregar energia