Resenha sobre o filme Okuribito, 2008

O filme trata a história de um jovem japonês, Daigo, casado e sem filhos que, ao perder seu emprego de violoncelista, redescobre sues valores ao aceitar um novo emprego. Seu novo trabalho consiste em fazer a preparação de cadáveres para o funeral e isso faz com que ele reveja sua relação com a esposa, com o trabalho e com seu pai ausente e sua mãe já falecida.
As reflexões e aprendizados que podem ser feitos a partir do filme são:
Inicialmente, Daigo não se sente confortável com o trabalho proposto. É devido a certa confusão e principalmente pelo dinheiro (bom salário) que ele acaba aceitando a proposta. Pode-se dizer que o salário é uma das formas de atrair para um emprego, mas não é suficiente para manter a satisfação com o trabalho. O que faz Daigo manter a satisfação no seu trabalho é a descoberta da importância da sua atividade.
Por menosprezar inicialmente o trabalho, o jovem Daigo é incapaz de anuncialo à esposa. Ele fica com medo de uma reação de desaprovação do seu trabalho.
Porém, com o passar dos dias, Daigo passa a observar a gratidão dos familiares nos rituais dos quais ele participa e percebe que sua função vai além de preparar um cadáver para o funeral. Na verdade, a preparação do corpo é um momento de reflexão e reavaliação para a família em luto, que revê os sentimentos e a relação com o falecido ao longo da vida. É um momento de reconhecer a intolerância, de desfazer a impenetrabilidade e de externalizar os sentimentos. Nesta nova interpretação, Daigo é capaz de reconhecer a importância do seu trabalho e passa a se orgulhar de sua função. Sua esposa – que acaba descobrindo sua profissão - e um de seus colegas, que antes repudiavam seu emprego, reconhecem, também, o valor da profissão após presenciar a atuação dedicada de Daigo. A aceitação do trabalho pelo amigo e, essencialmente pela esposa, apazigua a relação familiar e consolida a aceitação do trabalho. O trabalho é tratado no filme de uma maneira dicotômica: ele tem um