Resenha Sete anos de Pastor
O soneto a ser analisado Sete anos de pastor, de Luís Vaz de Camões, pertence ao período conhecido como Classicismo. O período compreende os fatores socioeconômicos que marcaram os séculos XVI, XVII e XVIII, envolvendo a queda do feudalismo, a expansão marítima e o desenvolvimento do capitalismo e perdura até que uma nova configuração política, econômica e social se estabeleça com a chegada das Revoluções Industrial e Francesa.
A essas transformações históricas devem ser somadas aquelas que abalaram a Igreja de Roma. A decadência do feudalismo foi acompanhada pelo declínio do catolicismo. Em 1517, Martinho Lutero entrou em atrito coma Igreja. O rompimento das partes conflitantes desencadeou a Reforma. Lutero fundou sua própria Igreja, que não reconhecia a autoridade do papa.
O Classicismo surge durante o Período do Renascimento, nome que se dá as transformações culturais revolucionárias de uma época trepidante, a da passagem da Idade Média para a Idade Moderna, ou seja, em meio ao movimento artístico no qual a cultura clássica ocupava o espaço da medieval, o capitalismo consolidava-se e a Idade Média tinha seu fim.
Para intensificar a crise da Igreja, o renascimento da cultura clássica (grego-latina) e o surgimento da ciência moderna foram golpes fatais para a filosofia escolástica e o teocentrismo.
Segundo a escolástica, não caberia à filosofia pesquisar a verdade, uma vez que esta teria sido revelada por Deus e estaria contida no livro sagrado; caberia então, à filosofia a tarefa de comentar a revelação divina, para esclarecê-la. Assim, a razão estaria subordinada ao imperativo da fé.
O Renascimento ao contrário, estimulou a curiosidade intelectual, abrindo caminho para investigações conflitantes com a filosofia escolástica, uma vez que adotava a liberdade de pensamento como critério, e dispunha-se a examinar as questões sem se curvar perante os dogmas da Igreja.
De maneira geral, as obras literárias produzidas durante o Renascimento