RESENHA os dem nios de henry
Os demônios de Henry
Vanessa Taís Zimmer1
O livro Os Demônios de Henry é escrito por Patrick Cockburn e seu filho Henry, diagnosticado com esquizofrenia em 2002. Patrick é correspondente internacional e constantemente muda-se para cobrir eventos. Henry quando foi diagnosticado estudava arte. Alternadamente entre pai e filho, narra situações ocorridas vistas de ambas as perspectivas.
Os capítulos escritos por Henry são detalhados e contam das experiências de ouvir as árvores, o que ordenavam que ele fizesse como andar nu pelos campos e nadar em rios congelantes, por exemplo.
Patrick conta que o filho sempre foi excepcional e inteligente, destacava-se na escola, era diferente porém não sem prejuízos na educação. Após o primeiro episódio de surto, começa a analisar tais atitudes como se fossem sintomas sutis da doença que viria a desencadear-se, como, por exemplo, a ambivalência emocional em relação ao irmão: “As demonstrações de afeto por Alex da parte de Henry eram às vezes claramente teatrais”(p.56)
Os pais sentem-se de certa forma culpados pela doença e evolução, por não ter percebido nada e lutam contra esse sentimento :
“Eu não acreditava que Henry e Alex tivessem sofrido gravemente com nossas vidas separadas, mas agora, na esteira do colapso de Henry e da infelicidade de Alex na escola, eu não tinha tanta certeza, tentei não mergulhar na culpa, coisa que eu percebia ser muito fácil de fazer após Henry receber o diagnóstico de esquizofrenia."(p.49)
Buscando encontrar respostas para o desenvolvimento da doença, Patrick pesquisa muito e estuda sobre, descobre que Henry usava muita maconha – o que poderia ter desencadeado quadros psicóticos e colaborado com a evolução da doença- também investiga os antepassados de sua família e da Jam, esposa, e passa a concordar com a hipótese de que “famílias susceptíveis à esquizofrenia tem uma proporção mais altas que o normal das pessoas excepcionalmente capazes, inteligentes e ativas” uma vez que, o passados