Resenha Olga
Um livro marcado pelas constantes guerras por direitos políticos e de liberdade. Identifica Olga Benário Prestes como uma líder, independente e com foco em seus objetivos. Muitos livros descrevem ficções, dramas e até mesmo terror, mas na obra Olga, de Fernando de Morais, transcreve uma dura realidade. Se lançar em livros românticos, de comédias e até mesmo de terror faz-nos distrair, mas ao ler este livro nos faz refletir. As mais duras tramas estão na realidade. Que em muitas vezes os fatos são tão cruéis que não há como deixar marcas na história da humanidade. Em 1941, surge uma lei que pode mostrar a que ponto pode chegar a ambição humana pelo poder. Quem seria capaz de lutar toda a vida em um objetivo sem benefício próprio? Olga o fez. Judia, alemã e comunista, casada com Luiz Carlos Prestes. Considerada inimiga do governo de Vargas, foi entregue aos caprichos de Hitler. Olga, presa e já percebendo a gravidade da situação, escreve uma carta de despedida.
Ir em cada momento histórico e resgatar cada detalhe não foi uma tarefa fácil para o autor. Dentre os diversos obstáculos, que teve para concluir a obra, estão os poucos documentos registrados sobre Olga. Entrevistados da época, já com idade avançada, não conseguiam expor os fatos com detalhe, além de recursos financeiros que faltavam.
O autor explica que contou com a sorte para conseguir concluir a obra. Lembra de uma frase dita por um antigo chefe de reportagem, que é a seguinte: “ao repórter, como ao goleiro, não basta trabalhar direito – é preciso ter sorte”. Há muito o que se questionar em relação a esta afirmação. Mas, para o bom jornalista, não há um trabalho pela metade, mas sim, a busca da verdadeira informação, que faz toda a diferença. A obra se completou, não apenas pela sorte como afirma o autor e seu chefe de reportagem, mas sim pelo esforço de não se deixar levar por “verdades” disfarçadas. E, ao se esforçar, um documento o levou a outro, uma entrevista o levou a