resenha nos que aqui 1
“Nós que aqui estamos por vós esperamos”
The achievements of the twentieth century man in the film images of
“Nós que aqui estamos por vós esperamos”
Kátia Peixoto dos Santos11
Leandro Daniel Santos Carvalho22
O filme tematiza imagens do século XX, sempre entrecortadas por cenas de lápides, filmadas em um cemitério que, ao que tudo indica, foi o responsável pelo nome do filme. O diretor realizou um minucioso trabalho na pesquisa de imagens de arquivo e trechos de filmes clássicos e, posteriormente, na montagem das mesmas, tomando uma forma muito particular. Quase todas as imagens do filme vêm acompanhadas de uma escrita inserida na montagem. Esse artifício funciona com um unificador do filme, na medida que delimita o espectro de significados que se pode atribuir às imagens.
A primeira cena do filme já nos traz esse elemento de intervenção. Sobrepondo um fundo branco, as
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Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC SP, mestre em Estética do Audiovisual pela ECA USP.
Atualmente desenvolve pesquisa em Etnomusicologia com ênfase em culturas latino-americanas nas manifestações contemporâneas. E-mail: katia.peixoto@gmail.com
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Graduado em Ciências Sociais pela FFLCH- USP. Atualmente cursa o primeiro semestre de Relações
Internacionais da UNIFESP. E-mail: ld_sc@hotmail.com
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frases que nos encara, acompanhadas de duas notas graves de piano são: “O historiador é o rei. Freud é a rainha”. Durante o filme essas duas máximas ganham mais sentido na medida em que percebemos a abordagem histórica e psicanalítica do filme.
A cena seguinte faz referência a um céu; temos a impressão, olhando pelo olho da câmera (subjetiva), de estarmos voando por entre as nuvens brancas bastante carregadas. Uma música cadenciada e forte acompanha a imagem, que novamente sofre a invasão de letreiros que sintetizam o conceito do filme: “Pequenas Histórias. Grandes Personagens. Grandes Histórias. Pequenos personagens”, seguidos ainda da