Resenha: Nobert Elias e Trem da Vida

Resenha: Estabelecendo parâmetros entre “Os estabelecidos e os outsiders” e “O trem da vida” Norbert Elias, em Os estabelecidos e os outsiders, expressa, a partir da sua pesquisa em Winston Parva1, as inconstantes relações entre três grupos baseado em sua disposição geográfica, ascendência em relação aos antepassados que ali existiam e a situação econômica. O livro trata das zonas Um, Dois e Três, onde a primeira seria onde residem os moradores que tiveram uma ascensão financeira, a segunda onde se tem os moradores mais antigos de Winston Parva, e a terceira que é considerada o lugar dos outsiders, aqueles que são os recém-chegados na região. Como ocorre no livro de Elias, temos em O trem da vida de Radu Mihaileanu, filme que aborda a saída de um grande grupo de judeus que habitava uma vila em fuga das tropas alemãs que se aproximavam de sua morava, uma situação similar no sentido das relações entre os ocupantes do trem, como as divisões dos vagões e os rituais judaicos. Tendo de um lado os judeus, os falsos alemães e os pró-marxistas. Assim como Elias transpõe a relação que a Zona Dois tem com a Zona Três no sentido em que os primeiros se veem com superioridade em relação aos segundos e que, por isso, os excluem consciente e inconsciente de suas vidas e socialização, o filme expõe a questão dos vagões onde nos melhores e mais confortáveis se encontram os falsos soldados alemães, que incorporam seu papel até mesmo nas cerimônias judaicas como o Shabat onde se recusaram a retirar os quepes durante a celebração, enquanto os outros judeus veem-se em vagões sem camas ou qualquer conforto, dividindo-o com muitas pessoas. Este é o fator do estigma que Elias aborda em seu livro. A segregação de dois grupos semelhantes, mas opostos em seus papeis, onde um se vê em superioridade e, por isso, no poder de estigmatizar o outro grupo, no caso inferior. O estigma é praticamente considerado um mecanismo a priori de identificação do indivíduo, que permite o reconhecimento