Resenha: Mercosul, do Otimismo à Resignação

Economia Internacional
Mercosul: do otimismo à resignação

O artigo relata a situação do Mercosul, do momento de sua criação até o dia de hoje - segundo autor, saindo de um estado de maior "euforia" para um estado atual de "ostracismo" e poucos avanços - até de alguns regressos, causados principalmente por políticas estadistas e protecionistas. O texto está organizado em quatro partes. Na primeira, o autor faz uma pequena retrospectiva explicitando os fatos do Mercosul num passado recente - passando da assinatura do Tratado de Assunção até o recente afastamento do Paraguai devido à conflitos internos. Na segunda, há um enfoque na importância de um bloco econômico ter uma "vontade comum", objetivos convergentes, para possibilitar um efetivo funcionamento do bloco. Isso ocorreu na União Européia, mas, segundo o autor, não é visto no Mercosul desde pelo menos a assinatura do Tratado de Assunção, isso devido àos rumos do Mercosul ainda serem muito mais definidos pelas políticas dos dois maiores países-membros do que por configurações gerais do bloco. Por isso também seria dificílimo prever o futuro do Mercosul, tendo em vista as políticas aleatórias e erráticas dos governantes dos dois países. Na terceira, o citado logo acima é mais explorado, a politização do Mercosul é mostrada e Paulo Roberto de Almeida foca na mudança dos governos do Brasil e Argentina (entrada do PT e a família Kirchner no poder). Segundo ele, as novas lideranças sulamericanas foram cruciais para a dificuldade do cumprimento dos objetivos de pleno funcionamento da união aduaneira e livre-comércio, tendo em vista as políticas estadistas e protecionistas dos dois governos, além da "substituição de objetivos" do Brasil, focando a "interação" e "inclusão" das economias tidas como as menores do bloco - Uruguai e Paraguai. E, por fim, na quarta, há a ideia de que para o futuro, o Mercosul funcionaria plenamente apenas quando Brasil, Argentina e Venezuela abrirem os seus mercados. Os