Resenha - luiza yoshida
Ricardo Fukumoto¹
YOSHIDA, Luiza Nana; “Revista de Estudos Orientais: Histórias Extraordinárias nas Narrativas Setsuwa do Século XII” – Humanitas Publicações, São Paulo – 1997 (p. 63 – 72).
Luiza Yoshida possui graduação em Letras pela Universidade de São Paulo, mestrado no mesmo curso pela Universidade Feminina Ochanomizu e doutorado, também em Letras, na Universidade de São Paulo. Tem experiência na área de Letras, com ênfase em Literaturas Clássicas, atuando em temas como a literatura japonesa. A “narrativa Setsuwa” são narrativas breves, reunidas em coletâneas denominadas de “Setsuwashû” (coletânea de narrativas “Setsuwa”). O “Nihon Ryôiki” foi organizado, por volta de 822, por um monge budista; ela é considerada a primeira coletânea de narrativas “Setsuwa”. Por se tratar de narrativas que envolvem fatos verídicos ou que se acredita serem verídicas, as narrativas são separadas em dois grupos: budistas e/ou seculares. Yoshida escolhe a obra “Konjaku Monogatarishû” como objeto de estudo. Tal obra é composta por mais de mil narrativas, distribuídas em trinta e um tomos, sendo os tomos de XI a XXXI narrativas do Japão. A obra surgiu em uma época intensa de transformação social, política e cultural; a obra mostra que o mundo não se resume somente na capital, mas também nas suas redondezas (há o lenhador, o salteador, animais, divindades e seres sobrenaturais), em outras palavras, é o homem descobrindo o mundo e a si próprio. Em todas as narrativas temos a presença de seres sobrenaturais, onde ora temos a vitória do sobrenatural, ora temos a derrota; também temos aquelas onde não há certa vitória ou derrota. Luiza Yoshida destaca duas narrativas e as explica; a primeira narrativa “XXVII/8 Sobre o ogro que, tomando a forma de um homem, devora uma jovem, na Praça dos Pinheiros” e a segunda “XXVII/38 Sobre o fato de a raposa, metamorfoseada numa jovem, encontrar-se com Harima no Yasutaka”; tais narrativas envolvem o sobrenatural e fatos