Resenha GONDIM, Neide. A Invenção da Amazônia. 2ª Ed. Editora Valer. Manaus, 2007
4863 palavras
20 páginas
GONDIM, Neide. A Invenção da Amazônia. 2ª Ed. Editora Valer. Manaus, 2007.Alana Oliveira1
Felipe Valente2
Priscilla Amorim3
Úrsula Almeida4
Neide Gondim, uma das mais destacadas intelectuais de sua geração, nasceu em Manaus. Firmou sua reputação como pesquisadora e professora universitária. Fez parte da primeira turma de graduandos em Letras, da Universidade Federal do Amazonas – UFAM, concluindo o curso em 1968. Consagrou-se à vida acadêmica, conquistando os títulos de Mestrado em Teoria Literária, pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, e o Doutorado em Comunicação e Semiótica, área de Teoria Literária, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. É autora do livro Simá, Beiradão e Galvez, imperador do Acre: ficção e história. Docente da Universidade Federal do Amazonas leciona Teoria da Literatura e Literatura Brasileira, com ênfase na Literatura do Amazonas.
A autora trata de do processo de construção ideológica de um território, partindo do conjunto de mitos e fabulações pelas quais os pensadores europeus inventaram a América. Um texto que supera as limitações comuns aos ensaios literários como teoria literária, como crítica de ideologia e filosofia da literatura. Trabalha com grande polêmica americana que a conquista do novo mundo gerou, avança sobre os componentes míticos do mundo medieval, mas sem escapar para as explicações fáceis sobre a psicologia do homem europeu.
É claro que a invenção de todo um território, como foi o caso da Amazônia imaginada pelos europeus, era algo característico à cultura do velho mundo, mas no fundo, em sua raiz, era o fruto de um choque mais profundo, entre a ênfase do pensamento filosófico dos conquistadores e as assustadoramente igualitárias sociedades americanas. A Invenção da Amazônia, além de nos convidar a repetir tantas viagens, não se esquece de nos informar que estas foram feitas de ilusão e preconceito.
O imaginário influenciou a visão do europeu sobre terras jamais vistas.