Resenha do texto a (in)sustentabilidade das cidades-vitrine de fernanda sánchez.
Por Juliana Miranda Gondim
Foi sob a pressão da economia, da tecnologia, de um capitalismo desenfreado, da comunicação e de informações contínuas que surgiu, o que Koolhaas chamou da autêntica cidade moderna. Essa cidade apresenta uma arquitetura global, universal e não relacionada a determinadas condições de lugar, ou seja, é uma cidade genérica e sem identidade. O capitalismo está sempre em busca de novos produtos e novos mercados, dessa forma, a própria cidade, ou melhor, a utopia que essa cidade vende, tornou-se o produto, e o mundo, o mercado, uma vez que os projetos implantados para essas cidades têm pretensões de inserção global. Mas o que é essa utopia que está sendo vendida? São idéias difundidas pelos governos locais em parceria com as mídias, numa associação público-privada, com a intenção de criar novas “cidades-modelo”: cidades com modernização tecnológica, com infra-estrutura adequada às novas exigências de fluidez de dinheiro e informação, com alta qualidade de vida e, assim, apresentadas como sustentáveis. De fato, é difícil não se encantar por essas promessas, mas esses projetos são muito simplificadores, não passam de uma repetição em série de modelos tidos como bem-sucedidos, e dispensam muitos pontos importantes relativos à história, cultura e preservação da identidade de um lugar. O esquecimento desses pontos importantes é deveras irônico visto que uma das condições marcada como imprescindível na Conferência Mundial sobre Cidades-Modelo, realizada em Cingapura em 1999, com apoio da ONU, diz respeito ao reforço da identidade como fator de atratividade. Na verdade, até pensam nessas questões e fabricam, em seus projetos, uma falça identidade, sem profundidade e celebrada em espaços que “evocam” a memória, mas que escondem e esquecem as verdadeiras marcas do tempo e tudo o que ele carrega consigo. Além disso, outro ponto da Conferência que parece ter sido