Resenha do texto do volume XIV - Alguns tipos de caráter encontrados no trabalho psicanalítico.
Sigmund Freud
Neste texto, Freud, aborda algumas peculiaridades de caráter encontrados no tratamento psicanalítico. Para isso, Freud, exemplifica alguns casos encontrados na dramaturgia e na sua clínica.
O início do trabalho psicanalítico busca induzir o paciente a abdicar de uma dose de prazer, ou seja, que o paciente avance do princípio de prazer para o princípio de realidade, com isso amadurecerá. Porém, há pessoas que se consideram “exceções”, uma vez que não abdicam do princípio de prazer. São pessoas que apresentavam alguma experiência ou sofrimento na primeira infância que sabiam não ter culpa e que houve uma desvantagem imposta a eles. Nessas pessoas há deformações na constituição do caráter.
Freud cita o monólogo inicial de Ricardo III, obra de Shakespeare, como exemplo. Este sujeito, deformado por uma doença na infância, pensa que pode fazer mal aos outros, uma vez que lhe fizeram. ““Ricardo é uma enorme ampliação de algo que encontramos em nós mesmos. Todos nós pensamos que temos motivo para repreender a natureza e o nosso destino por desvantagens congênitas e infantis.”.
Freud afirma, no decorrer do texto, que o trabalho psicanalítico proporcionou a tese segundo a qual as pessoas adoecem de neurose como resultado de frustração dos desejos libidinais. Sendo assim, as pessoas adoecem quando um desejo profundo é realizado. “Então, é como se elas não fossem capazes de tolerar sua felicidade, pois não pode haver dúvida de que existe uma ligação causal entre seu êxito e o fato de adoecerem.”.
Nesse instante, cita o caso de uma mulher que fugiu de casa para viver uma aventura com um pintor, porém, quando se viu realizando seu sonho de fazer parte da vida dele, se tornando esposa legítima, adoeceu. Neste caso, a doença prejudicou a realização de um desejo.
Freud então distingue a frustração interna da frustração externa. A frustração interna se refere ao