Resenha do texto Competitividade: uma obsessão perigosa, de Paul Krugman
Na obra, Paul Krugman explica a verdadeira (para ele) análise financeira do mundo e comenta de como os demais economistas deturpamos fatos mais básicos do comércio global. Desse modo, ele demole algumas das "verdades" estabelecidas por consecutivas administrações nos Estados Unidos.
O autor inicia o primeiro parágrafo do texto afirmando que a maioria dos economistas identifica a mesma justificação para o problema na Europa. Essa causa seria a carga fiscal e a regulação cobrada pelos Estados do bem-estar social europeus, tornando os empresários resistentes em gerar novos empregos, ao mesmo tempo em que os benefícios em caso de desemprego são generosos a ponto de os trabalhadores ficarem relutantes em aceitar empregos com baixos salários.
Para a surpresa dos mesmos, Jacques Delors, presidente da Comissão da CE, apresentou uma problemática nova, porém, não original: a de que causa para o desemprego na Europa estaria na falta de competitividade com os Estados Unidos e o Japão e que “a solução seria um programa de investimentos em infraestrutura e alta tecnologia”.
Porém, para o autor, Delors estava equivocado. Esse tipo de motivação, com a ideia de que êxito econômico de um país seja determinado por seu desempenho no mercado internacional, também é visto em relação aos Estados Unidos e está desacertado da mesma forma. Ele assegura que deveria ser visto de modo diferente:
A crescente obsessão da maioria das nações desenvolvidas com a competitividade internacional deveria ser vista, não como uma preocupação fundamentada, mas como uma visão sustentada diante de uma óbvia evidência em contrário. (KRUGMAN, 1994, p. 5)
Além disso, o autor acusa a maioria dos escritoresde negligência no uso de dados em suas teses, porque ou não os apresentam para embasar suas teorias ou, quando os utilizam, acabam contradizendoo que haviam afirmado anteriormente. É o que Krugman chama de Aritmética Descuidada.