Resenha do texto "Aprisionado pelos ponteiros de um relógio", Assunção e Francisco (2002)
O texto de Assunção e Francisco retrata um estudo de caso referente à história de um trabalhador nomeado ficticiamente como Carlos. O estudo relata o caso de Carlos que adquiriu uma patologia psicológica após trabalhar como porteiro em um condomínio em Belo Horizonte. Várias consultas foram realizadas para tentar descobrir o real motivo que levou Carlos a ficar doente e partes dessas entrevistas são disponibilizadas durante o estudo.
O resgate da história de Carlos é de suma importância para buscar entender o caso, ele nasceu e cresceu em uma cidade do interior de Minas Gerais dentro de uma família rígida e “conservadora”, mas os estudos revelaram que esses fatores não trouxeram transtornos para o paciente. Pois ele teve uma formação normal, e lidava bem com o trabalho e a família. Seu pai buscou lhe dar uma boa educação e incentivou todos os filhos a trabalharem e buscarem uma vida próspera. De acordo com relatos dos familiares e o próprio Carlos, ele sempre gostou de trabalhar.
Carlos viveu na simplicidade, começou a trabalhar muito cedo ajudando no trabalho rural. Ia à escola e trabalhava para ajudar a família. Apesar de ser um bom aluno na escola, preferiu larga-la para trabalhar no campo. Era o primeiro a sair de casa e o último a chegar, o trabalho tinha uma significação muito forte para ele.
Ele passou por vários empregos até se mudar para Belo Horizonte. Lidava bem com seus patrões e ganhava a confiança de todos. Tempos depois tentou abrir seu próprio negócio. Segundo ele, se sentia satisfeito e tinha boa relação com a clientela, mas devido a um aumento no aluguel, teve que fechar as portas e vender toda sua mercadoria.
De acordo com o estudo, seu último emprego foi o que lhe trouxe os problemas. Carlos foi empregado como porteiro em um condomínio em Belo Horizonte, o trabalho era noturno e basicamente tinha que vigiar a entrada e saída dos veículos dos