Resenha do livro Relações Internacionais da América Latina - velhos e novos paradigmas
Grande parte da América Latina passou pela fase do nacional-desenvolvimentismo modernizando sua economia, enquanto os países mais avançados fechavam seus mercados e adotavam posturas protecionistas, em decorrência da crise de 29. A crise do capitalismo levou à transição dos governos conservadores para governos com maior visão para as necessidades sociais e o desenvolvimento econômico. Assim, os Estados latino-americanos deixam de ser primários-exportadores para serem industriais-importadores. Esse processo de industrialização trazido da Europa modifica também as massas, que adquirem novos interesses. Na década de 40, durante a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos tentava ser o maior parceiro dos países latino-americanos, para evitar que eles recebessem influência ideológica socialista. Os Estados da América Latina fizeram uso disso para alavancar seu comércio exterior e sua industrialização, com negociações, que beiravam a chantagem, tanto com os países do Eixo quanto com os Aliados. Os países que melhor desenvolveram isso foram o Brasil e o México. A Argentina foi o único país que se manteve neutro nesse período. O comércio exterior dessa época era calcado pelas cláusulas da nação mais favorecida, cláusulas de compensação e pelos tratados de reciprocidade. Nesse contexto, o Japão não teve tanta oportunidade de fazer comércio com a América Latina, por não ter tanta reciprocidade e também por influência dos Estados Unidos. O autor compara a política externa estadunidense com a alemã. Para ele, o pan-americanismo pregado pelos Estados Unidos se distingue do nazismo alemão ao passo que coloca todos os Estados como iguais, sem dominantes e dominados, porém isso só se dá no discurso, porque na prática essa política se assemelha ao nazifacismo. O Brasil era tido como o apaziguador dos conflitos regionais, principalmente nas questões de fronteira.