Resenha do livro imaginação sociológica - w. mills
1 – Introdução: A Promessa O livro se inicia trazendo para debate a “sensação de encurralamento”, dialogando com a vida cotidiana das pessoas para tentar esboçar as relações pessoais - sociais/políticas, indivíduo-sociedade. O autor situa esse homem encurralado em seu tempo-espaço, argumentando que esses sentimentos e percepções, bem como a velocidade de transformação das coisas e dos valores é gerada pela sociedade, mundial e informacional, formando esse indivíduo isolado, preso à sua vida privada e espectador do público e das mudanças, sem poder assimilá-las. A dificuldade de situar-se, de entender a própria vida a partir de uma coletividade, seria então, um problema estrutural desenvolvido histórico-socialmente. A busca das pessoas seria, então, por lucidez. É preciso atar a ligação perdida entre si e o mundo, que gera a incompreensão de si e a indiferença perante o mundo. A grande promessa está na imaginação sociológica e suas possibilidades na sociedade contemporânea. Informação não é mais o bastante para acabar com o sentimento de incompreensão e encurralamento na sociedade da fugacidade. O primeiro desdobramento dessa capacidade imaginativa seria a idéia de que uma pessoa só pode compreender e analisar sua existência para além da aparência e da superficialidade do cotidiano se consegue localizar-se numa coletividade em um determinado contexto. É entender, em termos gerais, que existem ligações entre o indivíduo e a sociedade, relação esquecida pelo liberalismo político-econômico e pelo individualismo moderno nas culturas tidas como ocidentais. “[todo indivíduo...] contribui, por menos que seja, para o condicionamento dessa sociedade e para o curso de sua história, ao mesmo tempo em que é condicionado pela sociedade e pelo seu processo histórico” (p.12). Assim, segundo o autor, alguém que pretende analisar a sociedade utilizando a imaginação sociológica se faz três questionamentos básicos: 1) qual a estrutura