Resenha do Filme "Uma questão de honra" e a atuação do Serviço Social
O filme se passa na Califórnia dos anos 30, num quadro de gravíssima crise econômica: a Grande Recessão. Neste contexto, o padrão de vida dos norte-americanos “médios” decaiu bastante, e nas camadas populares, o nível de pauperização chegou a um patamar insuportável. O enfrentamento, por parte do Governo, para amenizar os efeitos desta crise culminou em intervenção na economia e no “alargamento” de políticas públicas. È assim que o Welfare State se concretiza, ocorrendo, por conta do “New Deal”, um crescimento do Serviço Social.
“Uma questão de honra” conta a história de uma família, que, com a morte da mãe, desmorona. O pai um jovem viúvo que, por conta da conjuntura, se encontra sem trabalho, precisa de um empréstimo do governo, pra que consiga se manter, enquanto tenta arranjar um emprego.
Nesse caminho, encontra a figura emblemática de uma assistente social, que, ao se deparar com o caso de um pai “sozinho”, ou seja, sem a “figura materna”, resolve que este não tem condições de criar os filhos. A partir daí, a família desaba: as crianças vão, a princípio para um “lar” (leia-se: uma família com pai e mãe). O pai tenta, num sinal de desespero, resgatar os filhos, e os “rapta”. A assistente social, juntamente com advogado e força policial, tomam, mais uma vez os meninos do pai.
A partir daí, uma seqüência de catástrofes ocorre com estes garotos, que vão crescendo em instituições para cuidado de “menores infratores”, ou de doentes mentais, separados entre si, separados do pai, e marcados pelo resto de suas vidas. Enquanto isso, o pai permanece na busca, e nesse meio tempo, casa-se novamente. E, só assim, vai recuperar os filhos, ainda que esta recuperação esteja muito além da presença dos rapazes.
O que está em jogo é um ideal de sociedade, que rebaterá, certamente, dentro do Serviço Social, entendido historicamente. Tal ideal se encontra perceptível no filme, por exemplo, na concepção de família: nuclear, com os