Resenha do Filme "Em mundo melhor"

“Em mundo melhor” traz à tona uma questão muito presente no mundo atual, nos faz refletir sobre: Como ser uma pessoa ética e justa em um mundo onde a maldade, a injustiça e a falta de valores morais muitas vezes parecem prevalecer? Através da abordagem de assuntos tão polêmicos para a sociedade moderna, tais como: ética, guerra civil, bullying, separação, problema de relacionamento com os pais e morte, o filme nos faz pensar sobre as diversas maneiras de lidar com a violência a partir de diferentes pontos de vista. É possível afirmar que os dois grandes opostos do filme são: Anton, um médico que viaja muito por trabalhar na África e Christian, um adolescente que perdeu a mãe há pouco tempo, vítima de um câncer. O primeiro acredita que violência só gera mais violência e prefere optar pelo poder da compreensão do próximo, o segundo se sente na obrigação de fazer justiça com as próprias mãos, respondendo uma agressão com outra agressão. O espírito vingador e rebelde de Christian parece justificar-se pelo fato dele enxergar o mundo como um lugar cruel e injusto, onde as relações devam ser resolvidas a partir da ideia de “olho por olho e dente por dente”. Quando ele decide punir o agressor do amigo ou mesmo o agressor do pai do amigo, ele pretende fazer o que acredita ser certo e corrigir essas injustiças. No entanto, o garoto acaba ficando cada vez mais sombrio e violento. Entre as cenas de maiores reflexões e conflitos internos dos personagens, destaca-se o momento em que Anton tem de decidir se irá ou não prestar ajuda a um terrível criminoso que é líder de uma milícia e aterroriza há muito a região em que o médico trabalha. O assassino tem uma conduta definida como imoral e negativa, no entanto para Anton, sua ética tem de prevalecer mesmo nesse momento. Dessa maneira, não caberia a ele a tomada por justiça, a mesma viria em seu tempo certo. A autora trabalha assim, mais uma vez o conceito, por vezes flutuante, de justiça e do que pode vir a ser considerado