RESENHA DO FILME DE ANTROPOLOGIA ONDE SONHAM AS FORMIGAS VERDES 1

O filme produzido por Werner Hertzog1 em 1984 aborda a questão da alteridade, onde as duas culturas reconhecem a existência da outra, porém não conseguem encontrar forma para ceder as suas vontades. A história se passa em um deserto australiano, em que uma companhia de mineração chamada Ayes Minging company faz testes preliminares no território em busca de urânio. No inicio do filme já fica claro os embates culturais, assim que a terra começa a ser escavada um grupo de aborígenes reconhecidos como Boongs intervêm no processo, o ancião que era o último descendente da sua tribo estava presente e na companhia de um porta voz alegam que eles viviam na terra por cerca de 14 mil anos e que esta era sagrada. Estes povos tinham a crença de que naquelas terras sonhavam as formigas verdes e que se elas fossem destruídas, ou seja, escavadas ou perfuradas, os sonhos das formigas seriam perturbados e elas não retornariam mais, além de causar o fim da humanidade.
O geólogo Hackett que fazia o mapeamento do solo no local passa a intermediar o contato da companhia com os aborígenes a fim de encontrar uma solução satisfatória e que possibilitasse a continuidade do trabalho. Na negociação inicial, a empresa oferece a esses povos dinheiro, porcentagem dos lucros, ônibus para levar as crianças a escolas, construção de uma cidade e pontes, porém o ancião recusa todas essas propostas a única coisa que queriam era o fim da empreitada na terra e a preservação do local sagrado. Em diversos diálogos durante o filme muitos deles de caráter filosófico e poético, nota-se a tentativa de ambas as culturas de se sobrepor a outra, de um lado um grupo que prega a modernização da sociedade e de outro, o grupo que preserva a harmonia e a preservação dos ensinamentos dos seus antepassados.
A população originalmente local já estava sofrendo mudanças bruscas na sua organização, a presença dos trabalhadores da companhia de mineração implementou um mercado local, moradias entre os grupos e etc. Essa