Resenha do artigo Estados Unidos como Nação Devedora de Mira Wilkins
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Em 1989, Mira Wilkins, professora de Economia da Flórida International University, apresentou um trabalho inédito para o colóquio internacional Foreing Loans, Debt and Economic Development in the 19th and 20th Centuries, realizado na UNICAMP. Mais tarde, este trabalho veio a ser publicado com o título Os Estados Unidos como nação devedora: da independência até 1914, o qual tentarei resumir no presente trabalho. Sendo assim, inicialmente, a autora tem a preocupação de definir o que chama de “nação devedora”, apropriando-se de um conceito mais amplo o qual inclui todas as obrigações, a longo prazo, de residentes para com não residentes, mostrando, portanto, que, no caso dos Estados Unidos, estas obrigações ultrapassavam o número daquelas estabelecidas de não residentes para com residentes, levando-se em conta o grande contingente de investimentos estrangeiros no país.
Estas obrigações incluem todos os investimentos em ações e em empréstimos – setores privado e público, – investimentos diretos, como o de portfólio, e todos os demais investimentos estrangeiros de longo prazo, portanto, não se limitando ao conceito de “dívida externa”, que recai, geralmente, sobre uma noção de “empréstimos a pagar”. Logo, o termo “devedor” será usado por Wilkins com uma maior abrangência em seu significado. No tocante aos empréstimos, às vésperas da Primeira Guerra Mundial, todos eram de origem privada, ou seja, de pessoas ou empresas, exceto o empréstimo com o governo francês a fim de financiar a independência. E o interesse dos investidores estrangeiros, como mostra Wilkins, recaía principalmente sobre o governo norte-americano, tendo sido as suas dívidas, a partir de 1795, denominadas em dólares.
Aos poucos, as dívidas foram sendo eliminadas até reduzirem-se a zero em 1835, embora voltassem a aumentar na década de 1850 já antes da Guerra Civil e, principalmente, no decorrer da mesma devido a gastos bélicos auferidos pelos sulistas. Contudo, foram os nortistas que, mesmo não