Resenha de Tangerine-girl
Já no primeiro parágrafo, o narrador cita o dirigível e a fascinação da menina por aquele “prodígio mecânico”, para ela, o dirigível era algo surreal, intocável, quase divino. Até o nome Blimp lhe soava mágico, assim como sua cor prata, dando a impressão de que era uma jóia, voando bem acima de sua casa, de uma beleza que ela podia visualizar todos os dias gratuitamente. A “garagem” dos dirigíveis e a base aérea dos soldados ficava a poucos metros de sua casa, mesmo assim, cada vez que via o dirigível, a menina ficava fascinada, por ser algo muito fora de sua realidade, pois, mesmo não dando muitas informações a respeito da vida da menina, ao decorrer do conto, podemos constatar que se trata de uma família classe média baixa, que moram afastados da cidade, num sítio, com um “jardim rústico” onde “não havia rosas importantes nem flores caras”.
Como vemos no segundo parágrafo, onde o narrador afirma que para a menina, as cabecinhas que eventualmente via nas janelinhas do dirigível, “eram tão minúsculas que não davam impressão de realidade”.
No terceiro parágrafo, ocorre o primeiro contato da menina com a tripulação da nave. Um navegador a vê lá embaixo, distinta pelo cabelo ruivo entre as folhas verdes das laranjeiras, sacudindo a toalha ao vento, e vê naquele gesto, alegria, conforto. Trata-se da solidão daqueles homens, que vivem trancados num dirigível, apenas a ver quem passa abaixo deles, sem nunca serem notados. E talvez uma das frases mais bonitas do conto é dita aqui “...quão distantes uns dos outros vivem os homens, quão indiferentes passam entre si, cada um trancado na sua vida.” A vida do soldado americano, naquela nave, sentindo a liberdade daquela menina abaixo dele. E ela, na sua vida caseira, livre,